O Rouxinol
Kristin Hannah
Arqueiro, 2015
Sinopse: França, 1939:
No pequeno vilarejo de Carriveau, Vianne Mauriac se despede do marido, que ruma
para o fronte. Ela não acredita que os nazistas invadirão o país, mas logo
chegam hordas de soldados em marcha, caravanas de caminhões e tanques, aviões
que escurecem os céus e despejam bombas sobre inocentes. Quando o país é
tomado, um oficial das tropas de Hitler requisita a casa de Vianne, e ela e a
filha são forçadas a conviver com o inimigo ou perder tudo. De repente, todos
os seus movimentos passam a ser vigiados e Vianne é obrigada a fazer escolhas
impossíveis, uma após a outra, e colaborar com os invasores para manter sua
família viva. Isabelle, irmã de Vianne, é uma garota contestadora que leva a
vida com o furor e a paixão típicos da juventude. Enquanto milhares de
parisienses fogem dos terrores da guerra, ela se apaixona por um guerrilheiro e
decide se juntar à Resistência, arriscando a vida para salvar os outros e
libertar seu país.
São
nas maiores dificuldades que encontramos as maiores forças.
As
irmãs Vianne e Isabelle nunca tiveram uma relação próxima, quando o pai das
meninas Julien voltou da 1ª Guerra, ele não era mais o mesmo, bebia demais,
xingava demais e amava de menos, com o falecimento de sua esposa Madeline ele
se fechou ainda mais, sem esperanças de criar as filhas despachou-as para um
internato.
Aos
16 anos Vianne construiu sua família ao lado do marido Antonie, saindo do julgo
do pai, mas Isabelle percebeu logo que naquela nova família não teria espaço
para ela... indo de internato em internato, fuga em fuga Isabelle completa
dezoito anos no estopim da Segunda Guerra.
“Vianne seguia as regras, Isabelle era a rebelde. Mesmo quando eram meninas, em meio à dor e à tristeza, as duas expressavam as emoções de forma diversa. Vianne caiu em silêncio depois a morte da mãe, tentando fingir que o abandono do pai delas não a magoava, enquanto Isabelle tinha chiliques e esperneava para chamar a atenção. A mãe delas tinha jurado que um dia as duas seriam melhores amigas. Nunca tal previsão parecera menos provável.” p. 89
A
Segunda Guerra foi um dos maiores massacres já vivenciados pelo homem, a fome,
miséria e medo atacaram toda a Europa entre 1939-1945, pessoas eram mortas a queima
roupa, crianças e idosos não eram poupados, ninguém estava a salvo e quando o
exército de Hitler toma Paris todos os franceses se vêem em meio ao domínio nazista,
é neste momento que a trama ganha forma.
“Se há uma coisa que aprendi nesta minha longa vida foi o seguinte: no amor, nós descobrimos quem desejamos ser; na guerra, descobrimos quem somos.” p.7
Enquanto
Isabelle não se conforma com o rumo da situação e crê que pode fazer algo para
a resistência militar junto com colegas e seu amado Gaëton vivendo nas sombras,
escondida por codinomes, Vianne prefere ficar quieta, sempre de cabeça baixa,
protegendo a filha e rezando pelo retorno do marido, neste ponto conhecemos
duas formas de amor, Isabelle ama a liberdade e lutaria por ela custasse o que
custasse e Vianne com seu amor pela família lutaria para preservá-la até o fim
de suas forças.
Posso
dar mil motivos para recomendar a trama, e não é exagero, Kristin sabe escrever
e arrepiar a cada página, então vou elencar alguns pontos para que possam
conhecer mais da trama e de minha a opinião ao mesmo tempo:
Primeiro
de tudo: Kristin trabalha a Segunda Guerra do seu começo ao fim: desde o
momento em que a invasão alemã começa quando os soldados tomam Paris, até
quando esses soldados são obrigados a deixarem a cidade, entre esse espaço ela
vai nos passando o medo que os personagens sentiram ao terem suas vidas
transformadas, seus maridos tirados de casa, seus alimentos desaparecendo,
tendo bens confiscados, tendo que viver como cães adestrados e convivendo com o
medo do inimigo cada vez mais próximos de si. Toda essa angustia salta da das
páginas, torna-se verdadeira e consequentemente a leitura é mais ativa.
Segundo
ponto que me arrebatou: Kristin trata das mulheres de guerra. Estamos tão
acostumados a lermos livros que tratam a 2ª guerra sobre o olhar de um soldado,
de um perseguido, mas dessa vez Kristin traz a mulher como personagem central:
duas personagens tão fortes, mas ao mesmo tempo tão diferentes, deve ter havido
muitas Viannes e muitas Isabelles naquele tempo, lutando pelo que acreditavam
certo, lutando pela sobrevivência, suportando percalços e arriscando-se. Não dá
para dizer qual das duas é mais querida, heróica ou a preferida, pois ambas se
mostraram fortes e decididas quando necessárias, viveram os horrores, as
angustias e tem que conviver com suas escolhas, sejam elas positivas ou
negativas, ambas dão um brilho essencial a trama.
Ainda
sobre a guerra, gostei muito de aprender mais sobre a resistência francesa nos
tempos de difíceis, a forma brava e destemida que essas pessoas lutaram
colocando suas vidas em perigos constantes me arrepiou, mostrando que mesmo em
tempos difíceis a esperança e a motivação tornam as pessoas mais fortes e decididas,
ao mesmo tempo em que a trama rica de detalhes denota um capricho na escrita e
um a extensa pesquisa sobre o assunto para criar uma trama tão verdadeira.
O
pós-guerra também é retratado, a dificuldade em recomeçar, se reestruturar emocionalmente,
reorganizar famílias e principalmente reestruturar a comunidade judaica, essa
para mim é uma das passagens mais tristes do livro e um daqueles momentos em
que eu volto a pensar porque coisas ruins devem acontecer? Somos nós que as
procuramos ou elas que nos encontram?
De
deixar de queixo caído é o suspense que fica no livro em saber quem narra a
trama, pois o livro é focado em lembranças do passado e com breves momentos no
presente, mas só ficamos sabendo quem é o narrador nas últimas páginas, isso
foi uma jogada de mestre pois além de gerar a curiosidade fui me sentindo cúmplice
desse narrador misterioso, como se estivesse sabendo de algum segredo.
É
um livro que te faz sentir: sentir dor, raiva, medo, amor, angustia, prazer,
satisfação, horror, permeado de momentos triste e outros nem tão tristes, O Rouxinol traz a tristeza de uma cidade
tomada pela guerra e a beleza do amor.
Em
suma, “O Rouxinol” traz uma história
pra te fazer pensar, pensar nas ações e nas situações, mas acima de tudo é um
livro que emociona página a página não só pela história de guerra, mas para
além da guerra, da vida de duas irmãs marcadas pelo abandono e que renascem
pelo amor por aquilo que julga essenciais para suas vidas, virou o meu favorito
da autora, mas já estou ansiosa por mais um livro e por mais uma história de
arrebatar!
Oi Thaila,
ResponderExcluirGostei da sua resenha e a proposta do livro.
Tenho alguns livros da autora aqui e já estou de olho nesse também.
Adoro quando os autores mesclam a narrativa com fatos históricos.
tenha uma ótima sexta =D
Nana - Obsession Valley
Olá, tudo bem?
ResponderExcluirJá ouvi bastante comentários positivos a respeito dessa autora, por outro livro dela, ainda não tinha ouvido falar desse, mas sua resenha me deixou com vontade de lê-lo, eu geralmente adoro histórias com esse tipo de proposta reflexiva, enfim, ótima resenha.
Estou seguindo e adorando o blog <3
Beijos.
Tenho um blog no qual falo sobre filmes, series e cultura no geral. Se puder dar uma conferida ficarei muito grata: http://cineleva.blogspot.com/ :)
Oi Thaila!
ResponderExcluirEu ainda não li esse livro, mas deve ser uma trama maravilhosa! Gostei muito dessa história, e não vejo a hora de ler esse livro \o/
Bjks!
http://www.historias-semfim.com/
Gostei da resenha Thaila. Sendo Kristin Hannah, não tenho dúvidas de que seja um excelente livro. Na verdade, estou louca para lê-lo! Beijo!
ResponderExcluirwww.newsnessa.com
Só hoje consegui encontrar o seu blog.Desejo um Feliz-Natal.
ResponderExcluirTenha um óptimo domingo.
Oi Thaila!
ResponderExcluirA cada resenha sua aumenta minha vontade de conhecer essa autora.
Eu me emociono bastante com livros sobre a guerra, já vi que vou chorar lendo esse.
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
Oi Thaila! Esta autora tem o dom de criar tramas que me deixam arrasada e chorando de soluçar, desde o lançamento estou ensaiando para encarar a leitura, pois sei que vai me comover muito. Adorei saber mais.
ResponderExcluirBjos!! Cida
Moonlight Books
Nunca li nada dessa autora, mas sua resenha me fez desejar fazer desse livro o primeiro. Eu normalmente fujo de livros que falam sobre guerra, mas esse eu fiquei desejando. Resenha muito bem feita, amei!
ResponderExcluirBeijos
Dani Cruz
blog-emcomum.blogspot.com.br
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Confesso que ando evitando dramas, já que esse ano minha vida foi bem complicada, mas já li o livro O Caminho para casa da mesma autora e ele me tocou profundamente, ainda lembro da história. Vi esse lançamento dela, mas por ter como pano de fundo fatos históricos decidi adiar um pouco a leitura. Mas fico feliz que vc tenha gostado e D evido suas palavras confesso que fiquei curiosa para conhecer essas duas formas de amar e de lutar por ele.
ResponderExcluirParece que a autora consegue colocar o leitor no meio da guerra e fazê-lo refletir pela ótica mais pessoal possível. Acho que eu ficaria com o coração na mão e angustiada, mas seria uma experiência sem igual.
Que interessante esse suspense para saber quem é o narrador.
Gostei de saber que nesse livro encontraremos "A tristeza de uma cidade dominada pela guerra e a beleza do amor". Sentimentos tão opostos, mas que inspiram mudanças de hábito. No fim dou os parabéns pelo ótimo texto, vc conseguiu me deixar curiosa e ansiosa!!! Valeu pela dica. Beijos e feliz natal e ótimo fim de ano!!!
P.s. Thaila vi que vc sempre está presente no blog da minha amiga Rafaelle e resolvi conhecer seu blog, gostei do seu trabalho, já estou seguindo e comentando em suas resenhas. Seja muito bem vinda para conhecer o meu blog também!!!
#FaçaUmaBlogueiraFelizComentenoBlog
Leituras, vida e paixões!!!
Olá,
ResponderExcluirLogo vou ler esse livro e espero gostar tanto quanto você. Kristin é incrível.
Bjos Elis!!!
http://amagiareal.blogspot.com.br/