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terça-feira, 18 de julho de 2017

Resenha Nossa Música




Nossa Música
E se o seu marido fosse o grande amor de outra pessoa?
Dani Atkins
Arqueiro, 2017

Sinopse: Ally e Charlotte poderiam ter sido grandes amigas se David nunca tivesse entrado em suas vidas. Mas ele entrou e, depois de ser o primeiro grande amor (e também a primeira grande desilusão) de Ally, casou-se com Charlotte.
Oito anos depois do último encontro, o que Ally menos deseja é rever o ex e sua bela esposa. Porém, o destino tem planos diferentes e, ao longo de uma noite decisiva, as duas mulheres se reencontram na sala de espera de um hospital, temendo pela vida de seus maridos. Diante de incertezas que achavam ter vencido, elas precisarão repensar antigas decisões e superar o passado para salvar aqueles que amam.
Com a delicadeza tão presente em seus livros, Dani Atkins mais uma vez nos traz uma história de emoções à flor da pele, um drama familiar comovente que não deixará nenhum leitor indiferente.

E o troféu desidratante do ano vai para: “Nossa música”! me chamem de louca, mas eu estava com saudade dos dramas bem escritos e viciantes de Dani, daqueles que fazem virar a noite acordada, que deixam aquela bad pós final (e que final)!

"O passado e o presente não tinham o menor direito de estarem no mesmo lugar. No entanto, estavam."


A sinopse já revela boa parte do enredo, no centro da questão temos quatro personagens cruciais: Ally, Charlotte, David e Joe sendo que os três primeiros compartilham as amarguras de uma amizade e vários corações partidos. Ally não desejava ver nunca mais David, seu primeiro amor e Charlotte, a mulher que ajudou a destroçá-la, mas o senhor destino decidiu essas duas mulheres tão diferentes se encontrariam e finalmente acertariam as contas de uma história que começou 8 anos antes.

Na faculdade Ally e David eram os opostos, o rico e a pobre, o festeiro e a intelectual, o experiente e a inexperiente, uma junção clássica e muito certa, a paixão explosiva e uma dose de ciúme foram cruciais para que a trama se desenrolasse.  Em 24 horas no presente tudo seria acertado, todas as decisões seriam revistas.

"Alguém me disse uma vez que os relacionamentos terminam de duas maneiras: ou pouco a pouco, como a água gradualmente erodindo e desintegrando uma rocha, ou em uma imensa explosão, como um vulcão em erupção.”p. 146


Oscilando entre passado e presente sob o ponto de vista tanto de Ally quanto Charlotte, Dani nos presenteia com uma história cheia de questionamentos, sendo que o que mais me acompanhou foi: até que ponto realmente recomeçamos?

O amor é um dos sentimentos mais loucos que existem, ele pode ser a calma que a gente precisa ou a insensatez que queremos que ele seja e assim como Ally e Charlotte navegam nesse mar de sentimentos creio que todos nós em algum momento também passaremos, ganhando no caminho experiências, feridas e recomeços, mas por mais que nos esforçamos para deixar de lado o passado até que ponto efetivamente conseguimos? Se é justamente no passado que de alguma forma nos moldamos e mudamos, as ações, palavras e segredos que trazemos para o presente são frutos do nosso passado e é interessante como Atkins trabalha tudo isso em sua trama sem perder o fio condutor, sem forçar a barra, sem criar um carnaval desmedido. Mais do que isso, a autora quer nos dar aquele empurrão básico para compreender que nada é por acaso, todas as pessoas que entram em nossas vidas tendem a ser bênçãos e/ou aprendizados e temos que aprender a valorizar cada uma delas.

Um segredo aqui, uma lágrima ali, um suspiro acolá, é difícil não se envolver com a trama e seus personagens, as memórias de duas mulheres com tanto sobre o amor a ser contado, tantas recordações, tanta magia nesse enredo. 

 Tem previsibilidade o enredo? Sim, porque nós leitores já temos a nossa bagagem, já aprendemos a identificar sinais e conhecer o desenrolar das ações baseados nas nossas experiências e no que conhecemos daqueles que passam as páginas nos acompanhando. Em nenhum momento isso é negativo a meu ver, pelo contrário, toda essa previsibilidade não é suficiente para apagar o brilho da trama. Aliás todo o clímax decorre de um final que sabe ser doloroso, surpreendente e emotivo, de uma generosidade surpreende, de uma possibilidade de redenção que comove, Joe como sempre foi desde o começo da trama a tábua de salvação de tudo, de todos.

Se eu chorei? Imagina, desidratei mesmo!!! Em alguns momentos nem consegui ler tamanho o fluxo de minhas lágrimas, é incrível como uma junção de palavras em uma história consegue mexer tanto com as emoções de alguém e Atkins tem esse dom e sendo sincera nada do que eu escreva poderá retratar minimamente o que senti, a confusão de sentimentos que me foram despertados.

Em um triângulo amoroso eu sempre tomo parte de alguém, em geral luto por essa personagem até o fim e mesmo preparada para odiar Charlotte do começo ao fim, não consegui, porque assim como eu Charlotte me passou uma humanidade, uma franqueza de sentimentos que não pude controlar os meus próprios, a menina mesquinha da juventude que sofre com os mesmos medos de não ser suficiente da mesma forma como eu já me senti. Por outro lado a Ally que eu também já fui, a sonhadora, a princesa dos contos de fadas, mas também impulsiva e cabeça dura. Essas duas mulheres fictícias me lembraram tanto de mim que é impossível amar uma e odiar a outra e é impossível não se comover com ambas.

Apesar de tudo, o troféu personagem do livro vai para o maravilhoso Joe, ele que resgatou, por assim dizer, Ally e me resgatou também, a forma como ele é devoto a esposa, seu amor desmedido, recontado por Ally é o sonho de toda a romântica. David não fica atrás, mas de maneira mais reservada minha afetividade por ele foi corroída pelos fatos do passado dele com essas duas mulheres.

Não há vilões, apenas personagens tão bem construídos e tão reais que realmente poderiam existir em um mundo de acasos tão prováveis, o livro desperta várias emoções e creio que cada um que ler terá uma sensação e uma opinião, mas o mais intrigante da trama é ver como a gente se envolve e quer brincar com as palavras, mudar ações e destinos. 

Mais do que tudo é uma trama que cativa, que prende, que não se esquece. Dani Atkins meu muito obrigada por mais uma vez ser espetacular!

5 comentários:

  1. Olá. Ótima resenha, li e fiquei já imaginando a história, gostei e quero ler.

    http://submersa-em-palavras.blogspot.com.br/?m=1

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  2. Fiquei sabendo que o epílogo é de deixar qualquer um com a mão na teta.

    Adorei a resenha, amore! Já coloquei esse livro na lista de desejados!

    Bjksssss

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  3. Olá Thaila,

    Essa é a primeira resenha que leio desse livro e já de cara gostei, a capa é muito bonita e pela sua resenha a história ainda mais, vai para a lista...bjs.


    http://devoradordeletras.blogspot.com.br/

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  4. Olá Thaila! Fiquei sem chão com essa sua resenha. Perfeita é pouco! Parabéns! (aplausos de pé) Você conseguiu nos passar tudo o que sentiu com essa leitura que ao meu ver deve ser maravilhosa. Nunca li nenhum livro da Dani, mas esse me despertou de tal forma que estou em busca de lê-lo em breve. Essa trama dos personagens com o passado me parece ser muito envolvente.

    Novamente...parabéns por essa resenha fascinante!

    Beijos

    Vivian

    Saleta de Leitura

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  5. Oi, Thaila.
    A sinopse realmente entregou que o enredo tem sua previsibilidade. Mas pelo que eu senti da sua resenha, a história fluiu super bem e os personagens pareceram ser cativantes. Bjs!
    http://ymaia.blogspot.com.br/

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