Resenha A Escolha do Coração

A Escolha do Coração

O que fazer quando a única maneira de salvar a vida da sua filha é sacrificar a sua?

Amanda Brooke

Novo Conceito, 2014

Recém-casados, Holly e Tom se mudam para uma casa grande e confortável, onde ela espera esquecer de vez os fantasmas de sua infância problemática. O destino, contudo, lhe preparou uma surpresa, que se revela depois que Holly encontra um relógio lunar enterrado no jardim. O relógio oferece a imagem de um futuro que é ao mesmo tempo animador e preocupante: a visão de um lindo bebê nos braços de Tom... mas Holly, estranhamente, não aparece na visão. Em pânico diante da previsão, ela teme que um dia precise fazer uma escolha terrível: dar um filho ao marido, sacrificando sua própria vida... ou salvar-se e se esquecer para sempre da filha não nascida – a quem Holly já aprendeu a amar.

Talvez um dos maiores anseios e também um dos maiores temores de todos seja descobrir o que o futuro reserva. Poder visualizar como estará e o que conquistará em determinado prazo parece ótimo, mas e quando o futuro não parece tão promissor?

Holly se vê nessa difícil situação quando, após encontrar um misterioso relógio lunar em seu jardim, se vê transportada para um futuro no qual ela e seu marido Tom planejam no presente: uma casa no campo e um lindo bebê, o quadro seria perfeito se ela também estivesse presente. Nesse futuro, Holly está morta!

Holly sempre planejou a vida para prazos de cinco anos, receber o golpe de que não viveria os próximos cinco foi doloroso, logo agora que ela estava acostumando-se com a ideia de ter um bebê. Ela cresceu em um lar destruído, com uma mãe que ninguém merecia ter (drogas e bebidas fizeram parte da vida da pequena menina desde muito novinha), isso moldou sua concepção de não procriar, afinal quem sai aos seus não regenera, mas a vontade de Tom em ter filhos faz com que ela comece a se permitir sonhar com um bebê, principalmente um bebê tão lindo quanto sua filha Libby será.

“A criança poderia ter sido apenas fruto de sua imaginação, mas fora o primeiro bebê que não deixara Holly apavorada, a primeira criança que ela sentira vontade de pegar no colo. Libby se esgueirara para dentro do seu coração, e agora era uma parte tão importante que Holly quase desejava que fosse real.” p. 75

Agora ela esta dividida entre o amor e a estabilidade que tem com Tom, ou se dá a chance de ele conhecer a alegria da paternidade e também por si mesma que passou a amar esse bebê e quer tê-lo, mas ela sabe, se um bebê nascer, ela morrerá, são as regras impostas pelo relógio: uma vida por outra, nunca menos.

“O relógio lunar não permitiria que aqueles que o utilizavam alterassem seus destinos com facilidade [...]. Havia um caminho a ser seguido, e o relógio não permitiria nenhum desvio de seu curso.”

“Uma vida por outra vida estava se provando ser a mais cruel das regras.” p. 198

Confusa e contando apenas com a ajuda de uma amiga idosa que já tem seus próprios segredos ela deve tomar uma decisão definitiva!

Que livro! PQP, é muito intenso, Holly e Tom não só tem o relacionamento perfeito o que coloca em xeque qualquer decisão que Holly tome, assim como ela eu me vi sofrendo por ambas as consequências que tal decisão traria, essa forma tão visceral de Amanda de escrever passa esse sentimento, essa sensação e levanta o questionamento de “e se fosse comigo?”.

Outro ponto e talvez o mais significativos seja a mensagem subliminar que a trama deixa, acompanhem: Holly passa a vida elaborando metas e planos que por muitas vezes acaba se esquecendo do que é importante: aproveitar como se não houvesse amanhã, abarcar, beijar, dizer eu te amo, comer o que tiver vontade, sair, enfim, viver! A gente precisa desses chaqualhões pra perceber que perdemos muito tempo imaginando em como será do que realmente vivendo.

Para finalizar, além de contar uma linda, interessante e instigante história “A escolha do coração” ainda é um livro que te faz pensar sobre as escolhas, sobre o futuro, sobre a vida e sobre as consequências que cada ato traz, meu único lamento é ter demorado tanto tempo para lê-lo!