Resenha Era Uma Vez No Outono

Era Uma Vez No Outono

Wallflowers

As Quatro Estações do Amor # 2

Lisa Kleypas

Arqueiro, 2016

Sinopse: A jovem e obstinada Lillian Bowman sai dos Estados Unidos em busca de um marido da aristocracia londrina. Contudo nenhum homem parece capaz de fazê-la perder a cabeça. Exceto, talvez, Marcus Marsden, o arrogante lorde Westcliff, que ela despreza mais do que a qualquer outra pessoa.

Marcus é o típico britânico reservado e controlado. Mas algo na audaciosa Lillian faz com que ele saia de si. Os dois simplesmente não conseguem parar de brigar.

Então, numa tarde de outono, um encontro inesperado faz Lillian perceber que, sob a fachada de austeridade, há o homem apaixonado com que sempre sonhou. Mas será que um conde vai desafiar as convenções sociais a ponto de propor casamento a uma moça tão inapropriada?

Ah, o amor, que sentimento mais sublime!

Não para Marcus Mardsdens, o Conde Westcliff, para ele amor é apenas uma convenção e um sentimento que deve ser substituído pelo pragmatismo de uma convenção. A paixão e o arrebatamento para ele seriam tão inconvenientes como a americana Lillian Bowman.

“Lillian Bowman era uma jovem que ele nunca pensaria em cortejar. Não podia imaginá-la vivendo feliz dentro dos limites da aristocracia inglesa. A irreverência e a individualidade dela nunca lhe permitiriam uma existência tranquila no mundo dele. Além do mais, todos sabiam que, como suas irmãs haviam se casado com americanos, era imperativo que ele preservasse a linhagem distinta da família casando-se com uma inglesa.” p. 130

Lillian e sua família tem o dinheiro que tanto interessa aos britânicos, mas o lado humilde que provem dessa fortuna e a cultura diferenciada que fazem com que ela e sua irmãs Daisy tomaram chás de cadeira em todos os eventos sociais, por isso ela faz parte do quarteto intitulado de Flores Secas.

Para nortear quem ainda não conhece o quarteto composto por Annabelle , Lillian, Evie e Daisy são jovem belas, mas com algum “defeito” que as fazem ser ilegíveis para bons casamentos, cansadas de serem preteridas, as meninas fazem um pacto de se ajudarem a arrumar bons pretendes e casamentos sólidos umas para as outras. Com Annabelle deu certo, ela esta feliz e bem casada com um bom homem, Lillian vem na sucessão, ela não é tão exigente, mas sabe o tipo de homem que não quer... e esse abominável muito se assemelha ao Conde Westcliff.

Ah, não posso esquecer de salientar que o plano de casamento de Lillian envolve um místico e mágico perfume do amor... perfume que parece não surtir efeito em outros homens senão no taciturno Marcus, este por sua vez pode perceber que além de uma língua bem afiada, a senhorita Bowman tem beijos muito doces.

“Há algo em você que faz com que eu me sinta terrivelmente perversa. Você me faz querer fazer coisas chocantes. Talvez porque seja tão correto. Sua gravata nunca está torta e seus sapatos estão sempre brilhando. Suas camisas são muito engomadas. Às vezes quando olho para você, tenho vontade de arrancar todos os seus botões. Ou queimar suas calças [...]” p. 186

Lillian e Marcus tem aquela antipatia que já sabemos onde vai dar, mas que é gostoso de acompanhar as picuinhas que surgem. Eles simplesmente se detestam, estão sempre encontrando formas de provocar o outro e irritar. Claro que isso é uma parte muito atrativa ao leitor, que se vê em meio ao ping pong de desaforos e situações pra lá de engraçadas, esse é o primeiro ponto favorável de Lisa Kleypas que deve ser evidenciado: a sua capacidade de fazer rir e apaixonar página a página, a veia do humor esta presente nas situações mais leves descritas com sagacidade e também com uma passionalidade que impressiona por conseguir despertar empatia tão rapidamente.

Lillian e Marcus como casal são perfeitos, eles se completam pelas suas diferenças e tem aquele “que” de perfeitinhos um para o outro que faz suspirar, mas o bacana é que como personagens individuais eles também são maravilhosos!

Lillian com sua sagacidade, língua afiada e por nunca baixar a cabeça, sempre sendo sincera e muito leal aos amigos e aos seus sentimentos e Marcus, porque apesar da difícil convivência com o pai e com a mãe, ele não endureceu ou se tornou cruel como as circunstâncias explicariam Marcus é gentil com as irmãs, tem suas reservas, mas é um homem bom, um homem que não precisa de redenção de amor, pois ele encontrou a sua própria redenção e merece o amor como o presente que ele é.

A história de “Era uma vez no Outono” foi muito aguardada por mim, eu tinha me afeiçoado e muito ao casal no romance anterior e coloquei as maiores expectativas possíveis neste romance que apenas se concretizaram e se superaram. O que esperar desse livro? Um romance que te fará sonhar acordada enquanto lê, uma história sobre dois corações diferentes que finalmente aprendem que o seu complemento sempre esteve bem pertinho.

Sobre o próximo livro? Já quero pra ontem, estou roendo as unhas, Evie é uma personagem que merece a felicidade e já estou na torcida pelo sue conto de fadas! Só não sei o que pensar de seu príncipe e será um belo desafio para Lisa regenerar um desregrado. Aguardem!

Para a editora Arqueiro resta-me parabenizá-la por mais uma vez arrasar na escolha de gênero, autora, capa e pela tradução impecável! Um excelente trabalho, sem dúvidas!