Resenha Para onde Ela foi

Para Onde Ela Foi

(Duologia Se eu ficar- versão Adam)

Gayle Forman

Novo Conceito, 2014

Sinopse: Meu primeiro impulso não é agarrá-la nem beijá-la. Eu só quero tocar sua bochecha, ainda corada pela apresentação desta noite. Eu quero atravessar o espaço que nos separa, medido em passos não em milhas, não em continentes, não em anos , e acariciar seu rosto com um dedo calejado. Mas eu não posso tocá-la. Esse é um privilégio que me foi tirado. Com a mesma força dramática de Se Eu Ficar, agora pela voz de Adam, Para Onde Ela Foi expõe o desalento da perda, a promessa da esperança e a chama do amor que renasce.

Este livro é um pouco difícil de resenhar, foi um misto de sentimentos que não consegui ordenar rapidamente, por isso demorei para resenhar. Minhas críticas a Se eu ficar foram em torno da previsibilidade da trama, mas em Para onde ela foi eu não sabia o que esperar, não li resenhas de outros blogs sobre ele, não folheie na livraria, foi um livro sem bagagem. Acredito que isso foi crucial para me envolver com a trama de tal forma.

Nessa nova trama de Gayle, conhecemos um novo Adam e uma nova Mia, não foram só as estações que mudaram, mas também a personalidade desses personagens. Faz três anos desde o acidente que vitimizou a família de Mia e a deixou em um estado de coma por alguns dias. Todo o processo de recuperação foi zelado por Adam, que ainda era o projeto de rock star. Entretanto, Mia fechou-se em si mesma, afastando-o, deixando-o no silêncio...

Três anos se passaram, hoje Adam não é mais o jovem leve que conheci, ao contrario, é um homem perturbado pela música, que antes era uma paixão. Sua dor pelo abandono colocou a sua banda no topo, mas tudo isso custou um preço: sua paz. Atormentado por lembranças e problemas, Adam se vê cada vez mais no fundo e sem ninguém para socorrê-lo, já que a única que tem o poder de salvá-lo é quem o jogou na escuridão do silêncio.

“Ela se foi há um tempo, enquanto fico tentando entender a ambigüidade que ela deixou em mim. Porque imaginei muitas coisas nos últimos três anos. A maioria delas, versões de algum tipo de Grande engano, um mal-entendido enorme, e muitas das minhas fantasias envolvem as formas com as quais Mia me pede perdão. Desculpas por retribuir meu amor com a crueldade do seu silencio. Por agir como se dois anos da vida− aqueles dois anos da nossa vida− não significassem nada.” p. 91

Mia é uma musicista clássica de sucesso, mas também não consegue entender se suas escolhas foram corretas, mas haveria tempo para reconstruir? O destino parece dizer sim, uma noite, uma única noite para liberta-se do passado, para livrar-se da mágoa, para resgatar o amor. Estariam eles preparados para tal libertação?

“Mas eu faria tudo de novo. Faria aquela promessa milhares de vezes e a perderia milhares de vezes para tê-la ouvido na tocar a noite passada ou vê-la esta manhã à luz do sol. Ou mesmo sem isso. Só para saber que ela estava em algum lugar ai fora. viva” p. 182

Além de acontecimentos dos dias atuais, Adam narra tudo o que ouve antes, durante e depois do acidente fatídico e seus desdobramentos, tudo com uma intensidade que parece sair das páginas, sua dor é tão palpável que transborda das páginas e toca o leitor com uma intensidade única. Novamente me impressionei e me apaixonei pelo jeito de Gayle de escrever, termino a leitura com um contentamento indescritível e sei que Adam e Mia deixarão marcados sua história de amor, reencontro e perdão em minha mente. Recomendo milhões de vezes!