Resenha O Mundo pelos Olhos de BOB

O Mundo pelos Olhos de BOB

- As novas aventuras de James e seu gato –

James Bowen

Novo Conceito, 2014

Sinopse: Depois de um passado difícil, James foi adotado pelo gato Bob. Agora os dois têm um emprego de verdade (são vendedores ambulantes de revistas) e se tornaram personalidades conhecidas em toda Londres. Bob tem muitos admiradores, que passam todos os dias para vê-lo – alguns deles trazem cachecóis de lã para ajudá-lo a enfrentar os dias mais gelados. Entre truques adoráveis e manhãs de puro mau humor, Bob e James se tornam cada vez mais inseparáveis. Por trás da divertida história de um homem às voltas com seu animal de estimação, o segundo livro de James Bowen fala sobre amizade, fidelidade e esperança. Bob se torna a chave que traz James de volta ao mundo, a motivação que faltava para sua decisiva volta por cima. Impossível terminar de ler O mundo pelos olhos de Bob sem querer abraçar seu pet – ou adotar um! Apaixone-se...

“Ainda não sei se fui eu quem encontrou Bob ou se foi ele que me encontrou.”

“O que sei é que sem ele eu estaria completamente perdido” Agradecimentos do autor, p. 222

Quanta saudade dessa duplinha!

Não há outro sentimento para descrever minha reação ao saber que ia ter novo livro de James e Bob no mercado se não contentamento, no livro anterior “Um gato de rua chamado Bob” já havia sido conquistada pela amizade fiel do ex viciado James com seu gatinho alaranjado e pra lá inteligente Bob.

Novamente James narra com uma delicadeza sua história com Bob, os perrengues pelos quais passaram, as dificuldades de continuar na rua e sana dúvidas relacionadas à como a história de ambos saltou das ruas para os livros, tornando-se inclusive um dos mais promissores livros de Londres.

As ruas londrinas continuam bem ameaçadoras para a dupla, muitas pessoas tentaram atingi-los com seu egoísmo e maus olhos, mas a amizade dos dois tornou-se ainda mais forte a partir das adversidades que cruzaram o longo caminho que tiveram de enfrentar juntos.

Mais uma vez o lado humano de Bob é evidenciado pelas palavras de James, a sagacidade e ao mesmo tempo a clareza do bichano em decifrar emoções e pessoas mostram que a fidelidade e inteligência dos animais não apenas uma mera coincidência, mas sim uma realidade.

Com uma humanidade nas palavras, James novamente consegue emocionar com sua história permeada por dificuldades, mas sempre com Bob em seu enlaço, motivando-o a seguir, a ser melhor e fazendo com que ele e o leitor aprenda a olhar a vida de um outro ângulo, percebendo nas dificuldades a oportunidade mudar seu presente e seu futuro. 

“Eu sabia que era sortudo. Há um velho ditado que diz que o homem sábio não chora pelas coisas que não tem, mas agradece pelas que possui.” p. 14

Novamente fui conquistada pela leitura fácil e interessante de James e Bob, mesmo nos momentos de maior tensão, com os fatos mais sofridos que permeiam a vida de ambos não pude deixar de me emocionar e torcer para que a tempestade passasse, pois eles mereciam um final feliz, uma vida mais confortável, mais humana. Entretanto, mesmo torcendo pelas melhorias eu sabia que tinha algo que o tempo não mudaria e que impulsionaria para que James lutasse por dias mais claros: a amizade e a força que Bob lhe deu momento a momento.

Algumas pessoas acabaram me perguntando se para ler este livro necessariamente deveriam ler “Um gato de rua chamado Bob” anteriormente. A resposta é não, é perfeitamente compreensível a história a partir desse livro, até porque James faz interessantes recapitulações de sua vida, mas claro que nunca é demais ler as aventuras e desventuras dessa dupla, fica ai uma dica!

Recomendo para todos que gostem de uma história em que a amizade é a chave para a busca por novos horizontes. Gostaria de terminar a resenha com essa frase muito significativa, que mostra a gratidão e ao mesmo tempo amor de James:

“O mundo antes de conhecer Bob parecia um lugar cruel, insensível e, sim, sem esperança. O mundo que passei a enxergar através dos olhos do meu gato é muito diferente. Houve um tempo em que eu não conseguia distinguir um dia do próximo. Agora valorizo cada um. Sou mais feliz, mais saudável e mais realizado do que nunca.” p. 219/220