O Bangalô
Quanto tempo você
está disposto a esperar por sua felicidade?
Sarah Jio
Novo Conceito, 2015
Sinopse: Verão de 1942.
Anne tem tudo o que uma garota de sua idade almeja: família e noivo
bem-sucedidos.
No entanto, ela não se
sente feliz com o rumo que sua vida está tomando. Recém-formada em enfermagem e
vivendo em um mundo devastado pelos horrores da Segunda Guerra Mundial, Anne,
juntamente com sua melhor amiga, decide se alistar para servir seu país como
enfermeira em Bora Bora.
Lá ela se depara com
outra realidade, uma vida simples e responsabilidades que não estava
acostumada. Mas, também, conhece o verdadeiro amor nos braços de Westry, um
soldado sensível e carinhoso.
O esconderijo de amor
de Anne e Westry é um bangalô abandonado, e eles vivem os melhores momentos de
suas vidas... Até testemunharem um assassinato brutal nos arredores do bangalô
que mudará o rumo desta história.
A ilha, de alguma
forma, transforma a vida das pessoas, e este livro certamente transformará
você.
“Estamos todas fugindo ou tentando encontrar alguma coisa.” p. 60
Anne
Calloway dos anos 40 é uma jovem enfermeira recém formada que no auge da 2ª
guerra junta-se a sua melhor amiga Kitty e parte para Bora Bora, para servir ao
país oferecendo seus trabalhos médicos para cuidar dos feridos. O que poucos
sabem e nem mesmo Anne gosta de admitir é que ela está fugindo, fugindo do
noivo que não sabe se realmente ama e postergando um pouco mais seu destino:
dona de casa, organizadora de eventos sociais e mãe em tempo integral, por
conta dessa percepção e comodismo ela tem uma versão meio cética em relação ao
amor.
“Não acredito em conto de fadas, ou em cavaleiros com armaduras brilhantes. Acredito que o amor seja uma escolha. Conhece-se alguém. Gosta-se de alguém. Decide-se por amá-lo. Simples assim.” p. 23
Esse
ceticismo bate de frente com o jeito de sua melhor amiga pensar no amor , enquanto
Kitty é espalhafatosa, gosta da atenção masculina e crê que tem a sedução
sempre ao seu lado, Anne é mais reservada, tímida e em meio ao paradisíaco
lugar não se esquece da guerra ou dos doentes que tem que ajudar.
Quando
Anne conhece Westry algo nele faz com que ela se sinta viva, pela primeira vez
ela se vê apaixonando-se por alguém de forma irremediável, juntos eles
compartilham um bangalô, um pequeno casebre que protege esse romance dos olhos
do mundo e por si só já guarda seus próprios segredos.
Claro
que nem tudo são flores, além de estarem em constantes perigos por conta da
guerra, as questões morais do relacionamento de Westry e Anne começam a abater
a moça, uma vez que ela saiu de Seattle noiva, ao mesmo tempo sua amiga Kitty
começa a ter seus próprios segredos e a vida no paraíso de águas limpas e areia
branca começa a se mostrar mais aterrorizante com o assassinato de uma nativa e
as suspeitas de quem teria cometido tal atrocidade. Tudo isso pode colaborar ou
finalizar a história de amor de Anne e Westry.
“Segurou-me em seus braços, me embalando. Vinte e sete de novembro. Era uma data sem importância, apenas um pontinho no calendário. Mas também foi o dia que mudou minha vida: o dia em que eu comecei a amar Westry.” p. 121
A
Anne de atualmente é uma senhora que vive de lembranças e escolhas, ao mesmo
tempo assombrada e companheira do passado e que por um dever moral deve voltar
para a ilha de Bora Bora e finalmente finalizar pendências.
O
livro é lindo, Sarah sabe criar uma história, a trama é bem peculiar e já conta
com os trejeitos da autora: histórias com pequenas pistas e um leve mistério
que eu tanto curto! É pra ir se encantando aos poucos, a história se passa
quase que totalmente no passado, contada pelas memórias de uma senhora, como suas
lembranças fossem folhas de diários sãos quais temos o privilégio de ler.
O bangalô
é uma história triste e feliz ao mesmo tempo, traduzindo os horrores de uma
guerra sob o olhar de um amor que floresce e permanece para além das
adversidades. É uma história que conquista pela singeleza, recomendada a todos
que sonhem com um amor tão grandioso.