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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Resenha Antes De Partir




Antes De Partir
Colleen Oakley
Bertrant Brasil, 2016
Sinopse: Na véspera do que esperava ser uma triunfante comemoração de três anos livre do câncer, Daisy, 27 anos, sofre um golpe devastador: seu médico lhe diz que a doença está de volta, desta vez ainda mais agressiva. Tendo apenas de quatro a seis meses de vida, ela está apavorada com o que será de seu marido, Jack, quando não estiver mais lá para cuidar dele. Esse medo tira seu sono, até que uma solução lhe vem à mente: ela precisa encontrar outra mulher para ele. Com uma determinação singular, Daisy visita parques, cafeterias e sites de relacionamento à procura do par perfeito para Jack. Mas, à medida que ela avança em sua busca, ela se vê forçada a decidir o que é mais importante no curto tempo que lhe resta: a felicidade de seu marido ou a sua própria?

A maioria de nós não sabe o dia, o ano ou como acontecerá sua morte. Acredito que essa seja uma forma de manter a sanidade mental dos mortais, afinal a morte é uma certeza, mas encará-la é uma das missões mais complicadas.

Daisy é uma das pessoas que sabe como morrerá: se tiver sorte seis meses, na pior das hipóteses quatro meses. Como? Com um monte de câncer. Câncer com metástase, terminal.


“Morrer é para gente velha, para crianças órfãs na África com barriga distendida e para pais atingidos por carros enquanto passavam de bicicleta pelo cruzamento errado, na hora errada do dia. Não é para mim, uma mulher de 27 anos, que acabou de se casar e quer ter filhos e se sentir apta e saudável e sem um tiquinho de dor. Sinto como se estivesse em um restaurante e o garçom me trouxesse o prato errado. Morte? Não, obviamente há um engano aqui. Não pedi isso.” p. 93


Daisy já havia vencido a batalha contra o câncer uma vez, mas não conseguiria vencer mais uma. A vida pode parecer injusta para essa mulher jovem, cheia de planos e sonhos, mas o que realmente a preocupa é como seu desorganizado e amado marido Jack viverá, por isso ela decide se arriscar em uma missão: encontrar a esposa perfeita para seu marido.

É claro que essa missão promete trazer muitas confusões, afinal como escolher alguém para seu marido amar quando ainda está viva?


 “Mas você quer ser feliz também. [...]”
“Sim− digo, minha voz baixinha.”
“Você deveria ser [...] Você ainda não esta morta, porra.” p. 291


A narração de Daisy é um dos pontos mais interessantes da história, pois é ela quem vive esse drama pessoal, que tem que se encontrar em meio ao caos da doença e das reações que ela provoca.

Eu estou comentando mais de Daisy porque, apesar dos personagens secundários importantes, a história é dela. São os problemas dela, a luta dela para fazer tudo da maneira que considera certa, mesmo que no meio do caminho ela se perca.

Como eu disse a morte é um enigma exatamente para nos fazer sentir pequenos, uma pequena parte nesse extenso mundo, Daisy precisará rever a sua concepção de vida e de como quer passá-la em seus últimos momentos e compreender o verdadeiro significado da felicidade. A vida é única e precisamos vivê-la da melhor maneira possível, dizendo o quanto se ama quem ta do lado, comendo o que tem vontade, indo onde quer, sendo quem quer, despedindo-se cada dia do mundo tendo a certeza que fez e deu o seu melhor, essa é a lição subliminar da trama e que Oakley trabalha tão brilhantemente.

Eu esperava pelo drama, na verdade ansiava por ele, mas a autora deu tanta leveza à trama, tantas situações irreverentes que me fizeram sorrir e ao mesmo tempo chorar, foi um misto de emoções e sensações. Em alguns momentos me senti parte da história, da narração de Daisy de seus passos para encarar a iminente morte e também para concluir a sua missão, em alguns momentos quiser ser uma personagem e gritar “Para! Tá tudo errado” e em outros quis embalá-la no colo, consolá-la e dizer que tudo ficará bem. 


“Meu cabelo não ficará grisalho. E minha pele não enrugará. E posso morrer sem nunca ter lido um romance. Sem nunca saber por que romances causavam alvoroço. E isso− isso!− é que me faz água brotar e encher meus cílios inferiores, embaçando-me a visão.” p. 166


Cheio de frases de efeito, de uma trama que emociona, te faz refletir e de uma personagem que conquista “Antes de Partir” se concretizou como uma das mais belas leituras do ano, como provou que seria, com certeza esta na lista de favoritos.



5 comentários:

  1. Oi Thaila! Este livro é muito bom, me deixou mexida em muitos momentos. Seguir a trajetória da protagonista foi algo comovente.

    Bjos!! Cida
    Moonlight Books

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  2. Ooi, acredita que ainda não conhecia o livro ?? É a primeira resenha que leio e já fiquei encantada, adorei !
    beeijos seu blog é lindo já estou seguindo
    http://bellapagina.blogspot.com.br/

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  3. Oi Thaila! Saber o dia vai morrer não deve ser fácil mesmo! Não conhecia o livro, mas agora fiquei bem curiosa! Adorei a resenha!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  4. Meu Deus, deve ser um livro muito difícil.....! Pra refletir mesmo!

    Beijos!

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  5. Olá Thaila,

    Esse é mais um livro que fico conhecendo aqui no seu blog, achei bem interessante e gostaria de ler, a capa me lembrou os livros da Jojo...bjs.


    devoradordeletras.blogspot.com.br

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